sexta-feira, 15 de junho de 2012

Actividades 2012_ 1º Encontro de Livro de Cartão




Decorreu de 13 a 23 de Abril de 2012 no Instituto Camões o 1º Encontro de Livro de Cartão. Organizado pela Kutsemba Cartão, editora gestora do projecto Ler é Nice, teve a colaboração da Faculdades de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane e contou com financiamento da Embaixada de Espanha em Moçambique.



Durante os 10 dias para al
ém da Exposição e Venda dos livros decorreram também sessões de Videos conferências e Conferências na Faculdade de Letras e Ciências Sociais, tendo servido estas para a troca de experiências com conferencistas de outros quadrantes do mundo como é o caso do Brasil, Estados Unidos da America e Peru.




A VEZ DAS OBRAS FEITAS DE MATERIAL RECICLADO
Maputo foi hospeira do Primeiro Encontro de Livro de Cartão, um evento que juntou várias sensibilidades para refletir em torno desta iniciativa que, não sendo nova no mundo, se estreava entre nós.
Esta iniciativa procurava igualmente propiciar a a criação de um espaço de intercâmbio e dialogo entre editores independentes e outras intenacionais que se dedicam a publicação dos livros em cartão, acto que permitiu contextualizar o caso em Moçambique, liderado por Kutsemba Cartão, esta que é a primeira editora de Cartão activa no continente Africano.
Desde o surimento da primeira editora de livros de cartão, em 2003 na Argentina, até agora o fenomeno integra já mais de 70 instituições espalhadas um pouco por todo mundo. A Editora Kutsemba Cartão, que agrega iniciativas como “Ler é Nice”, a Faculdade de Letras e Ciências Sociais, (FLCS) da Universidade Eduardo Mondlane e o Instituto Camões, com o apoio da Embaixada de Espanha, deram-se as mãos e avançaram para produção do programa, que movimentou centena da pessoas, que se movimentaram em três palcos espalhados para exebição deste tipo de livros, designadamente o Anfiteatro 1502 da “Faculdade de Letras” o Instituto Camões e a Feira de Artesanato Grastronomia e Flores de Maputo (FEIMA).
Para além de servir de plataforma de reflexão sobre o impacto desta acção na indústria literária nacional e as suas possibilidades a curto, medio e longo prazo, o Primeiro Encontro de Livro em Cartão pretendia divulgar o trabalho da “Kutsemba Cartão” nos últimos dois anos, que são da sua existência , os quais permitiu publicar 30 títulos, vendeu e distribuiu cerca de quatro mil livros.
In Jornal Noticias
Cerimonia de Inauguração do 1º Encontro de Livro de Cartão

Oficina das Meninas Cartoneras (UEM)

PLATAFORMA DE EXPRESSÃO MULTIDISCIPLINAR
Na opinião de Miguel Prista, da “Faculdade de Letras” o livro de cartão é uma plataforma de expressão multidisciplinar, pois permite não só o desenvolvimento da escrita literaria ou de qualquer outro género, como também a colocação da fotografia e ainda pintura. Simplismente, o que já acontece nas capas das obras
É essencialmente, este poder que tem o livro em cartão. E em qualquer língua ou formato ele se enquadra, diz Miguel Prista, destacando a reutilização dos materiais que entram na “geografia” da sua produção. “Nos estamos a dar outra utilidade a um material já existente. Fazemos isso em função da literatura, do conhecimento, da arte e tudo que é acessível a qualquer tipo de extracto social, filosofia de  vida faixa etária.
Ainda na acepção de Miguel Prista, esta iniciativa tem o poder de ser diverso, o que permite que qualquer um se expresse a sua maneira: “É a possibilidade de fazer as coisas de forma simples. Não esperar grandes condições para expressar ou elaborar uma ideia, partindo de algo que esta nas nossas mãos, no nosso dia-a-dia, ao nosso redor ou no lixo que produzimos, mas também na possibilidade de materializarmos ideias e construir a informação que pretendemos.”
Mas há mais: esta acção funciona também como catarse na prespectiva de que não se deve esperar por tanto dinheiro para fazer coisas, nem esperar que sejam os outros a fazerem, pois esta na mão de cada de nos transformar. Brincando recorda o princípio básico da natureza, Segundo o qual “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
É isto que o livro em cartão permite fazer.
In Jornal Noticias
 Oficina Dulcineia Catadora (UEM)

KUTSEMBA CARTÃO: EDITORA COMUNITÁRIA
Kutsemba Cartão é um projecto editorial comunitário e sócio-cultural criado em Abril de 2010, no país com o objectivo de abrir novas prespectivas para a difusão da literatura em Moçambique, e levar livros para sectores da população habitualmente excluídos do Mercado editorial. Também visa desenvolver projectos comunitários através da inclusão de grupos marginalizados ou vulneráveis em oficinas de manufeitura de livros , assim como outra actividades educacionais.
Para tais afins, Kutsemba (que na língua changana significa “esperanéa”) segue o modelo plural das editoras cartoneras que se tem disseminado desde 2003, em primeiro lugar, em toda a America Latina, e mais tarde pela Europa, África (“através dos Kutsembas”) e finalmente Ásia, somando em total mais de 70 editoras cartoneras no mundo. O obejctivo destas editoras em cartão é a produção de livros artesanais de baixo custo com capas de cartão reciclado que se vendem a preços mínimos. De maneira que pretendem garantir , por um lado, a democratização do acesso ao livro, e por outro, facilitar a publicação e divulgação das obras dos outros autores. Este fenómeno da editoras cartoneras e o impacto cultural, social e educativo que elas geram, tem sido ja objecto de estudo para vários investigadores dos mais prestigiosos centros de ensino do mundo, entre eles, a Universidade de Harvard (EEUU), Univeridade de Wisconsin-Madison (EEUU), Univeridade Torcato  Di Tella (Argentina) ou na Universidade Complutense de Madrid (Espanha) 
In Jornal Noticias

MOSTRAR POTECIALIDADE
Paulo Guambe, da Kutsemba Cartão, ”mãe da iniciativa”, explicou que esta mostra de livros, tem por objectivo mostrar as potencialidade do livro feito em cartão como uma possibilidade de leitura a baixo custo. Contextualiza-se ainda, Segundo ele, uma situação em que a maior parte da população não tem condições financeiras para aceder acesso aos livros formais.
Há um grupo de escritores consagrados e jovens que produz obras neste formato e ao longo do evento foram exibidos, entre os quais Carlos dos Santos, Lino de Sousa, bem como cinco títulos de contos da tradição oral moçambicana.
In Jornal Noticias
Oficina com crianças no Hospital Central de Maputo


COLABORAÇÃO EM PROL DA LITERATURA
Este evento reprosentou a expressão mais altade uma perfeita colaboração entre diversas instituições visado fazer chegar o livro e, por via disso, a literatura em prol da literatura. Esta é a opinião de Matteo Angius, do instituto camões , que sublinha a importância do projectio “Ler é Nice”, feito há muitos anos, a embaixada da Espanha e o Instituto Camões.
“A conjugação de várias entidades permitiu criar este projecto que tem várias dimensões e potencialidades muito grandes”, disse , apelando para a continuidade do projecto, ao mesmo tempo que se pensa a possibilidade de ser replicado noutros pontos de Moçambique.
In Jornal Noticias

VÁRIA EXPRESSÕES CULTURAIS MESMA PLATAFORMA
Os ganhos reais que a cultura moçambicana tem da realização deste evento são muitos , Segundo a Lucrecia Paco. Entre outras coisas aponta as dificuldades em aceder ao livro, que geralmente aparece no Mercado livreiro a preços impraticáveis para o bolso do pacato cidadão.
Mas, com este tipo de projecto, ele torna-se acessível , logo: “já não poderar constituir justificação para falta de leitura”, diz.
Por outro lado, Lucrecia Paco, que viu a sua obra “Mulher Asfalto” adaptada para cartão, diz que esta iniciativas trazem de volta a componente da arte como um espaço de reunião, pois os livros são pintados em diferentes círculos e formatos, podendo também ser feito por outra pessoa, o que ajuda a tirar o medo que as vezes se tem do livro.
In Jornal Noticias